quando as histórias fazem a diferença

27.9.15

O Brandon do Humans of New York está na Europa, a fotografar e contar histórias de refugiados. Podem pensar que é uma estratégia de marketing para levar o seu projecto até níveis ainda mais altos do que já foi, e se calhar até é, mas eu só consigo ver alguém a sair da sua zona de conforto para levar imagens e histórias a percorrer o mundo e, quem sabe, até mesmo a mudá-lo.
Porque as imagens têm essa força e as histórias essa verdade.

Nem de propósito ontem vi este filme:



Que me tocou particularmente não pelo lado de jornalista desta mulher, mas sim, pelo lado de mãe, porque todo o filme eu pensava sempre como podia ela abandonar as suas filhas e família para ir para cenários de guerra.
Até que numa parte do filme a filha diz que a sua mãe faria muito mais falta a todas as crianças em risco em cenários de guerra do que a ela própria.
Altruísmo irreal, bem sei, mas...

Quando vejo os jornalistas a acompanhar situações limite como a de estas pessoas, em que tudo o que fazem é disparar continuamente, por vezes vejo-os como abutres, isentos de emoção perante o que se passa diante dos seus olhos. Mas se não fosse esse disparo contínuo, essa pessoa que regista o que os nossos olhos evitam ver, se calhar o mundo seria muito mais lento a mudar.
E o mundo precisa de mudar.

Por isso, fica aqui a minha admiração pelo Brandon e por este seu projecto de imagens e pessoas reais. E tenho a certeza que as suas histórias e imagens vão mudar muito mundo.

the worst tours in porto

26.9.15
O Porto está na moda.
Toda a gente vem passar férias, ver festivais, comer nos restaurantes, sair à noite, ver as lojas novas, passear. E isso é bom. O Porto gosta de receber e está feliz com a chegada de tanta gente nova à cidade.
Mas o Porto para ser o que é, é feito de gente, de hábitos e costumes, de vários estratos sociais e ofícios.
E há um Porto que está esquecido, o Porto do trabalho, da indústria e do emprego. O Porto dos bairros e das pessoas, o Porto da população idosa, o Porto das escolas e das crianças que precisam de espaço para brincar. O Porto de todos os dias que corre entre empregos para pagar a renda.
As pessoas que não vivem apenas do turismo e não almoçam nos sítios da moda estão tão ou mais aflitas do que nunca. E a cidade está cada vez mais distante para esta gente.
Dá-se agora, mais do que nunca o fenómeno da gentrificação que começou no centro e hoje alastra-se para novas zonas da cidade:
Chama-se gentrificação (do inglês gentrification) o fenómeno que afeta uma região ou bairro pela alteração das dinâmicas da composição do local, tal como novos pontos comerciais ou construção de novos edifícios, valorizando a região e afetando a população de baixa renda local. Tal valorização é seguida de um aumento de custos de bens e serviços, dificultando a permanência de antigos moradores de renda insuficiente para sua manutenção no local cuja realidade foi alterada.
(in Wikipedia)

Worst Tours Porto Há muito tempo que tinha ouvido falar das Worst Tours e já as tinha divulgado aqui e entre amigos, mas nunca tinha feito uma. Foi preciso os amigos decidirem o dia e a hora e convocarem-me para um destes passeios pelo Porto, de tal forma que não tinha como dizer que não. E foi o melhor que fiz. O Porto atrás das fachadas, no cimo das encostas, dentro das associações e por caminhos abandonados é um Porto que eu não conhecia, no qual nunca imaginaria colocar os pés, mas que me é familiar pela sua essência.
Não me senti uma turista porque tudo o que a nossa guia Margarida dizia era uma realidade que todos sabemos, é o nosso país, é a nossa cultura e a nossa situação económica e social, mas senti-me uma estranha a explorar uma nova cidade, isso é certo.
Este passeio não é feito de momentos 'para a foto' nem da história dos monumentos da cidade. Este passeio é feito de política, arquitectura, opinião, estrutura social e cultural, ruas, escadas, pessoas,  portas e muita conversa.
As fotos não são espectaculares e foram tiradas com algum custo, porque cada vez que o fazia sentia que estava a perder a 'conversa'. E isso já diz muita coisa.
Não pensem que é um passeio negativista ou por um Porto feio, não, é um passeio real por um Porto autêntico e naturalmente bonito que vos vai arrebatar o coração para sempre.
Este post não pretende mostrar-vos onde estivemos nem o que falamos, porque acho que para isso, o melhor é mesmo irem fazer uma tour destas.
Fica aqui o site: theworsttours.weebly.com
E o Facebook: www.facebook.com/The-Worst-Tours

Venham daí!
  Worst Tours Porto
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this is all about style

10.9.15

Esta senhora.
Esta casa.
Esta festa.

(via refinery29.com )

quem muda se auto ajuda


Quem segue ali o Muda de Página, já deve ter reparado que ele 'mudou de página'. Uma mudança que era desejada há muito, mas, e como sempre com a pressão do 'tem mesmo de ser', apenas consegui ter pronta no último dia de Agosto.

Estas coisas de mudar páginas web, têm tanto de giras como de duras e representam geralmente uma evolução. Uma evolução pequena, mas muito útil, pois permitem a pessoas como eu, com pequenos negócios, olhar a 'big picture' de vez em quando.
E é tão difícil afastarmo-nos do nosso trabalho e olhar para ele de forma objectiva. Ver o que já foi feito, o vale a pena manter, o que tem de ser mudado, e o que vai desaparecer.
Não é por acaso que são os trabalhadores independentes, empresários em nome individual, criativos e outras profissões que muitas vezes são feitas a solo, os que mais dificuldade têm em escalar nos negócios, porque entre o fazer e o gerir vai uma distância muito grande.

Coincidentemente uns dias antes de lançar o novo site arrumei o meu escritório, ou seja, tirei Kg de tralha para fora, separei muito lixo, e voltei a arrumar com apenas aquilo que me fazia falta para trabalhar. Não comprei, não 'decorei', apenas limpei. A sala de tão vazia até fazia eco nos primeiros dias. Foi muito estranho. Hoje é muito bom.

No Muda de Página é igual. Esta mudança fez-me olhar para o meu próprio trabalho, perceber aquilo em que sou boa, com o que é que posso ganhar dinheiro e identificar o que me faz consumir demasiado tempo com pouco retorno ou motivação.
Há que pensar um caminho e segui-lo.
Não é preciso ser algo muito complicado, com planos de negócio e objectivos estratégicos, mas é importante saber o que é bom para nós e para o nosso negócio. O que nos faz sentir recompensados, motivados e felizes no trabalho. No meu caso não é necessariamente o crescimento, mas mais a eliminação da sensação de estar sempre no limite do esforço. Adaptar a procura com o que tenho para oferecer.

Estou muito, muito contente com o resultado final. O 'manifesto' que escrevi na página de entrada é tudo o que sinto sobre o meu trabalho, a página sou eu, sem modas ou influências, o meu trabalho, os resultados e aquilo que me proponho fazer.

E para quem se fica a perguntar aqui sobre o meu blog, sim, também vai ter direito a casa nova.
A seu tempo...