Não permitas que as tralhas da mente te disfarcem a visão que vê a beleza primária.
(frase da Maria João, foto de Oleg Oprisco)
A minha cabeça anda sempre cheia de coisas, agendas, frases, ideias, imagens, alegrias, desilusões, aflições e atrapalhações.
Ela não pára, quando eu lhe digo para relativizar ela diz que sim, mas continua na sua, sempre a funcionar.
E eis que, há excepção da noite, em que durmo como se não houvesse mais mundo, tenho uma imensa dificuldade em relaxar, em sossegar a mente e as ideias.
Pois agora há um sítio e um método que conseguem fazer isso com a minha cabeça, chama-se
Yoga na Granja, fica aqui bem perto de casa e do mar e tem a professora mais inspiradora e simpática que já conheci: a Maria João.
Nas poucas aulas que vou (e esse é o meu grande problema!) tudo pára. Entramos na porta daquela casa linda e mágica e o mundo pára para respirar.
É um espaço simples e acolhedor a todos, não interessa se és uma 'pro' do yoga, se tens 20 ou 60 anos, se estás lá para melhorar a boa forma, para respirar ou ouvir música, qualquer pessoa é bem-vinda e consegue com facilidade acompanhar as aulas da Maria João.
Tenho a certeza que para quem vive para estes lados este pode ser um sítio muito especial e por isso resolvi partilhar aqui, pois sei que desse lado há outras tantas cabeças inquietas, corpos adormecidos, a precisar de um momento para si.
E se há coisa que gosto de fazer neste espaço é partilhar com quem me lê experiências e opiniões e esta é uma das melhores coisas que decidi fazer nos últimos tempos.
Pedi autorização à Maria João para fazer o post e aproveitei e fiz-lhe algumas perguntas para ficarem a conhecer melhor o Yoga na Granja. Cá vai:
1 · Quando começaste a praticar yoga e porquê?
Pratiquei pela primeira vez há cerca de 8 anos, porque parecia que a palavra yoga me chamava. No meio da cidade caótica em publicidade havia uma mais insignificante que dizia yoga e na qual estranhamente me focava. Mas não gostei da primeira aula de Yoga, fiquei até com dores de cabeça. Em 2010 resolvi insistir só mais uma vez e nunca mais larguei!
2 · De que forma o yoga influencia a tua vida?
Acaba por estar presente em todas as minhas acções conscientes já que é ele que me ajuda a desenvolver a consciência no presente.
Assim, a cada instante, convivo comigo própria numa relação mais transparente, mais saudável, aproximando-me da minha natureza interna...e isso é Yoga!
3 · Que tipo de pessoas vem aprender no yoga na granja? O que achas que procuram nas tuas aulas?
É engraçado que temos pessoas diferentes todas procurando um momento de pausa com paz, um encontro com a sua serenidade. Essa serenidade fica bastante imperceptível na agitação quotidiana, e faz falta a toda a gente.
Cada vez mais se propaga a consciência da necessidade da integração corpo / mente e esse fenómeno evolutivo traz gente sorridente e de todas as idades! É fantástico..
4 · Geralmente quem está de fora associa o yoga a pessoas muito saudáveis e...magras. O yoga é para todos?
É, de facto há essa tendência.
Mas repara como os conceitos são perecíveis e culturais: a ideia de que o Yoga é para todos é uma interpretação ocidental porque na sua origem Indiana o yoga era apenas para os sadhus, homens que dedicavam a sua vida ao caminho espiritual isolando-se em grutas ou florestas. Sim apenas homens, não mulheres!
Hoje, existe a ideia que Yoga é para todos e se fores a uma aula de Yoga o mais provável é haverem mais mulheres que Homens.
Quero com isto dizer que, como tudo, esta sujeito a interpretações culturais e a magreza não tem a ver só com o Yoga mas com um estereotipo cultural de beleza que deve ser interpretado com alguma distância.
Absolutamente, não é necessária nenhuma condição para praticar Yoga, seja ela física, ou de outra Natureza. Esta é minha sincera opinião.
5 · O que pode um iniciante como eu, que tem dificuldade em chegar com as mãos aos pés esperar das tuas aulas?
Não deverá esperar nada para ser sincera. O Yoga é um caminho de auto-conhecimento, que por si só traz equilíbrio e bem-estar mas todas as aspirações, objectivos ou ânsias que possam interferir com esse processo são um obstáculo ao mesmo.
Há coisas que não fazem sentido se o objectivo final estiver á frente da vivência. É como querer por o carro á frente do Boi, simplesmente não anda! O Picasso não pintava porque queria ser “um Picasso”, pintava porque provavelmente `sentia-se` a pintar, vivenciava o processo.
Do Yoga não esperes ter um corpo exemplar nem mesmo saúde, chegar com as mãos nos pés nem controlar a respiração ao ponto de a suste-la durante 1 minuto. Será uma prática de Yoga mais autêntica se o praticante decidir encarar as ânsias de conquistas com leveza e entregar-se ao momento de integração, usufruindo do corpo como ele é naquele momento, aceitando-o e estimando-o.
Então neste caso a vivência de um momento de encontro com o silencio interior é só o que se deve esperar do Yoga, nada mais.
Os resultados, as conquistas.. naturalmente virão alguns, outros não.
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EM BREVE: aulas de Yoga para Crianças!