Esta semana fui a Lisboa.
Visitei a LX Factory, o Cowork, trabalhei com a Filipa, conheci a Ana e a Marta ao vivo e a cores e descobri tantos outros trabalhos e pessoas como é o caso do Vitorino Coragem.
Eu vivo longe da cidade, das filas de trânsito e da correria, trabalho em casa e perto da praia, com todo o conforto que isso me pode trazer, mas sinto falta das pessoas.
De me cruzar com pessoas, lugares e cores. De descobrir acidentalmente outras vidas, outras visões, saltar fora da minha bolha e ver a dos outros. Conversar, trocar ideias.
Parece tão simples, mas não é. Quem trabalha como eu, sozinha, em que conheço muita gente, porque quase todas as semanas troco de trabalho, mas ao mesmo tempo não me cruzo quase com ninguém. Não sei se as pessoas são altas ou baixas, se riem muito ou se queixam, ou o que pensam do tempo ou da cidade, as palavras banais que ocupam muitas vezes tempo e espaço, mas que também fazem falta: olá, bom dia, estás boa, até logo, até amanhã.
Esta semana abri a caixa de correio com a minha filha, que já sabe que de lá só vem publicidade ou contas, e eis que estava lá um pequeno rectângulo de papel vindo da Rússia e escrito à mão.
'O que é isso mãe?'
'É um postal'
'De uma pessoa? Uma pessoa que escreveu para ti?' 'De outro país?' 'Não disseste que no correio só vinham contas?'
'Enganei-me filha, há pessoas que escrevem em papel, e enviam postais, que podem vir de qualquer parte do mundo. Pessoas que se lembram das outras pessoas.'
'Mãe, também quero escrever um postal'
Obrigada Filipa, pelo postal e por provares à minha filha de 6 anos o quão bom é recebermos este rectângulo de papel com umas linhas de texto vindo de outra parte do mundo.
Façam parte do desafio da Filipa aqui.
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tens que conhecer já o POSTCROSSING!
ResponderEliminarfundado pela Ana (meideleite.com) e pelo Paulo.
vê lá: https://www.youtube.com/watch?v=j9Pn7YQDg-Q
volta e meia lá saco mais umas moradas para enviar postais e receber novos de vários pontos do mundo aleatoriamente. é muuuuuuito fixe.
quanto ao resto - absolutamente solidária. o meu dia a dia é tb muito solitário, caseiro e familiar. quando levo com lufadas de convívio humano, de velhas amizades ou novos encontros, é um bálsamo!
Olá, já me tinha cruzado com esse projecto sim! É muito interessante, se bem que eu não sou exemplo para ninguém porque nunca escrevo, mas estou tentada em comprar um monte de postais e começar a surpreender algumas pessoas:)
EliminarTal como tu trabalho em casa e também me fazem muita falta pessoas nos meus dias. Pessoas que não cheguem pelos ecrãs e com quem o tema de conversa não tenha de se resumir a trabalho. Já equacionaste trabalhar em coworking?
ResponderEliminarJá Elsa, mas para mim ir para o Porto está fora de questão. Espinho seria o ideal, conheces algum sítio?
EliminarEm Espinho penso que não existe nenhum espaço do género. Tens alguns em Gaia (com que não me identifico muito e acredito não sejam também o teu género) e vários (interessantes) no Porto. Ainda não dei esse passo precisamente porque não queria ter de passar a ponte todos os dias, mas queria muito. Será que não há mais pessoas como nós por perto a querer trabalhar num espaço partilhado?
EliminarElsa, temos de começar a pensar nisso! Vou estando atenta a potenciais interessados.
EliminarSó pessoas maravilhosas portanto :)
ResponderEliminarE é tão bom recebermos postais, torna o acto de ir ao correio uma coisa tão feliz :) *
São sim, Ju:)
EliminarQue doçura de post... :')
ResponderEliminarObrigada:)
EliminarNa adolescência, tinha penfriends, e, clichê dos clichês, nada, nada mesmo supera receber um envelope com cheirinho de outros lugares, caracteres estranhos, abri-lo e começar a ler a mensagem. Gosto do email, mas é uma forma de comunicação mais estéril - não estou a falar do conteúdo, mas sim da forma.
ResponderEliminarTrabalhar de casa é mesmo solitário, também sinto falta da troca, de um contato mais real. Eu não conheço sequer o rosto das pessoas com quem trabalho, é estranho e alienante, mas é o que se apresenta.
Um beijo!
São os sinais dos tempos, não é? Se por um lado nos dão liberdade, por outro tiram-nos humanidade:D
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