dia do blog [?]

31.8.14
fly away Hoje li o artigo do Observador 'Blogues, antes e depois da fama, o poder da marca' e no final ficaram destacadas algumas expressões que se repetem ao longo do texto: famosos, moda, fama, tendências, consumos, visitas, fãs, números, celebridade, negócio, marcas, público, dinheiro.

Ora, eu respeito todas as opiniões e visões sobre a blogosfera de especialistas e pessoas com muitas visitas, mas um blog, originalmente não é a associação destas expressões e se vamos falar deles, então vamos falar de todos e da sua essência.

Um blog é uma plataforma online, para gerir e divulgar conteúdos, em imagem ou texto, na internet.
Estas plataformas são na sua maioria gratuitas e simples de utilizar tornando-se por isso acessíveis a um vasto público com acesso à internet. O que parece uma ideia simples, torna-se numa ferramenta super poderosa, porque dá voz e existência virtual às pessoas de todas as origens, géneros, profissões, opiniões, países e especialidades.

Esta existência virtual permite criar e divulgar conteúdos que os media nunca poderiam produzir, exactamente porque não têm o objectivo nem da informação, nem da criação e gestão de públicos. Apenas a partilha de um ponto de vista pessoal, de uma pessoa (ou pequeno grupo) que querem partilhar com outros aquilo que pensam, gostam e fazem.

Há blogs que são plataformas comerciais, claro que sim, nada contra, a versatilidade da ferramenta serve para isso mesmo, para fazermos deles aquilo que nos convier. Há blogs de empresas, marcas, bandas, etc que existem como forma de divulgação e comercialização. Mas não acredito que os blogs estejam reduzidos a produzir conteúdos para venda ou para consumo, procurando acima de tudo as estatísticas e atingir o maior número de pessoas possível.

Os blogs existem também para comunicar, para partilhar e para procurar identificação com um conjunto de pessoas que partilham algo connosco. São uma ferramenta universal e a sua existência não depende do número de amigos, fãs, nem de targets, likes ou campanhas, nem do poder económico individual, dependem única e exclusivamente da vontade e capacidade de uma pessoa em gerar conteúdo.
Por isso são tão livres e universais, sem amarras ou definições, porque podem ser efectivamente o que nós fizermos deles!

*não sabia que existia tal coisa como 'dia do blog'


estilo português

29.8.14
Hoje em dia somos inspirados por casas e estilos de todo o mundo.
Os ares clean e brancos do estilo nórdico já invadiram muitas páginas de blogs nacionais e a moda da recuperação de peças antigas que se cruzam com novas nas casas também já não é novidade para ninguém.  Lojas como o Ikea trouxeram o design acessível a muitas famílias e o conceito de que mudar de móveis e decoração pode ser tão simples como mudar de roupa.
Se por um lado isso abre portas a todo um novo conceito de casa, por outro reduz a possibilidade de se pensar em comprar peças para a vida a toda.
Quando visitei a casa da minha avó após a sua morte uma das coisas que me ficou gravada é que todo o seu recheio estava lá desde sempre. As peças em cima do balcão eram as mesmas, a toalha da mesa também, os candeeiros, tudo, nada tinha mudado desde a minha infância.
Isso hoje em dia seria impensável. Compramos com a certeza de que se nos fartarmos não teremos problema em substituir o que quer que seja.

Por outro lado assistimos a um reviver do 'ser e viver português', graças em grande parte ao projecto da Vida Portuguesa, agora está um pouco por todo o lado e ainda bem.
O estilo português é muito rico de peças e padrões únicos, tecidos, cerâmicas, madeiras, mantas e outros elementos que não só falam das nossas tradições como dão cor e vida a qualquer casa. 

As peças que ilustram este post são da Of Ceramics, uma empresa de Ílhavo que produz artesanalmente peças para todo o mundo.
A OF Ceramics descreve-se como fazendo a cerâmica artesanal mais bonita do mundo. E eu sei de muitas pessoas por esse mundo fora que concordariam com isso. Eu, por aqui não me importava nada de ter uma cozinha e mesa recheada com estas peças lindas.
Ver mais aqui no Facebook ou no site.

going short shortly

27.8.14

Como se já não bastasse nesta coisa da trombose:
o susto · o internamento · a dor · o descanso forçado · o trabalho atrasado · o exercício forçado · o tratamento de vários meses · não poder fazer a depilação · não poder apanhar sol · andar todos os dias de meias elásticas até mais ou menos sempre...
agora começaram os efeito secundários do medicamento e tenho o cabelo a cair.
Ora entre um cabelo comprido 'looking like shit' (assim como tudo o resto neste momento) e um bom corte curto, então venha ele!

(imagem daqui)

Orla Kiely AW14

22.8.14

Tivesse eu as 'posses' adequadas e esta nova estação vestia-me com tudo o que está aqui em cima. (excepto coisas com gatinhos, que não é de todo a minha 'onda')
Gosto das cores, dos cortes, dos materias e do look da modelo.

Para ver mais basta visitar o site da Orla Kiely, vale bem a pena agradar o olho!

pratica o desapego

21.8.14
Era talvez a jarra mais bonita do mundo:(
Pratica o desapego é uma tag que vejo muitas vezes no instagram da Isabel.
E ultimamente é uma expressão que não me sai da cabeça.

De entre as muitas coisas que preciso de mudar na minha vida, o desapego é uma delas. Livrar-me de tudo o que não me faz falta e simplificar a minha casa e o trabalho é neste momento urgente.

Nesta fase que ainda não sei bem até que ponto me devo ou não esforçar por causa da trombose, estou reticente em começar grandes arrumações que depois posso não ser capaz de acabar, mas exactamente por isso resolvi começar pequeno, gavetas, casas de banho, carteiras, etc.

Esta jarra é a prova viva da minha dificuldade em lidar com o desapego. Estava na minha casa do Algarve, literalmente toda partida, porque um dia a minha mãe a deixou cair. Ela achava esta jarra lindíssima e passou vários dias a colar cada uma das suas peças até ficar assim. Já se passaram bem mais de 10 anos (15? 20?) desde esse episódio e eu guardei-a dentro de um armário para um dia qualquer pensar sobre isso. Como a minha mãe morreu comecei a achar que olhar para a jarra partida e lembrar-me do episódio me iria sempre fazer lembrar dela. E faz. Mas não é pela jarra que me lembro dela. É porque é a minha mãe.

Este ano peguei nela e vi que se estava literalmente a desfazer e por isso decidi que tinha de ir para o lixo. Decidi. Estava decidido. Mas não foi.
Está agora na garagem.

Comecei a ler o blog da Rita, o 'the busy woman and stripy cat' no sentido de ir lendo alguns posts sobre o destralhamento, devagar, de forma a inspirar-me e organizar-me no meu processo.

Até que hoje leio este post e este texto:

"Em relação a coisas com forte carga emocional, este texto do Joshua Fields Millburn diz tudo. A sério, se estão à vontade com o inglês, leiam o texto.
Resumidamente, a mãe do Joshua morreu e ele ficou encarregue de vazar o seu apartamento. Alugou uma daquelas unidades de armazenamento e uma carrinha para guardar todos os pertences da mãe, caso um dia ele precisasse de alguma coisa ou precisasse de ter acesso às coisas por algum motivo.
No apartamento começou a arrumar as coisas da mãe em caixas. Até que olhou para debaixo da cama, atulhada com caixas de cartão seladas. Abriu uma das caixas e no seu interior estavam cadernos dos primeiros 5 anos de escola do Joshua. A mãe do Joshua tinha guardado todas essas coisas para se lembrar do seu filho e tê-lo mais perto de si. Mas era evidente que as caixas com as tais coisas que a fariam recordar o seu filho não eram abertas há muitos, muitos anos. Porque não é nas coisas que estão as recordações - é dentro de nós.
O Joshua apercebeu-se então que não precisava das coisas da mãe para se lembrar dela, tal como a mãe nunca precisou de abrir as caixas seladas para recordar o filho.
O Joshua cancelou a carrinha e a unidade de armazenamento e doou as coisas da mãe para poderem ser úteis a outras pessoas.

As lições que ele aprendeu:

- Não são as coisas que temos que definem quem somos.

- As nossas memórias não estão debaixo da cama. Estão dentro de nós, não nas nossas coisas.

- Um coisa que tem apenas valor sentimental para mim poder ser útil para outra pessoa.


- O apego às coisas tem uma forte carga mental e emocional. O desapego, por outro lado, é libertador."

Para mim não é difícil arrumar as coisas do dia-a-dia, limpei a casa de banho de coisas que não estavam lá a fazer nada em menos de meia hora.
O que é difícil para mim, são as coisas que eram dos outros, da minha infância, do meu passado que já não existe e que acho que se me agarrar a certas coisas ele pode voltar na minha cabeça e se não tiver essas coisas fico sem nada, sem memórias, sem passado.

Eu sei que não é verdade. Este post ajuda-me a colocar as ideias em ordem. Escrever aqui para vocês é como escrever para mim própria. As coisas ganham outra lógica e verdade quando escritas.

Hoje faz sete anos que a minha mãe morreu. Não abro a arca com as coisas dela desde então, não visito cemitérios, não rezo nem acendo velas.
Lembro-me dela todos os dias e não preciso de olhar para nenhum objecto.

E tu? Em que estás a pensar?

19.8.14

a nova estação @ la redoute

15.8.14

Quando voltei de férias tinha o press kit da La Redoute à minha espera. Não fosse eu estar numa situação desconfortável, ou teria sido um momento de boa expectativa para mim.
Continuo a sentir entusiasmo com as novas estações, principalmente quando os saldos já deram o que tinham a dar e o Verão já ficou bem aquém das minhas expectativas.
Na altura folheei os lookbooks e gostei do que vi.

Agora, ao escrever o meu post com as minhas escolhas para o Magazine de Tendências, fiquei com vontade que Agosto já estivesse no fim, que eu já tivesse feito grandes limpezas nos armários cá de casa, que fosse altura de regressar às aulas, ao trabalho, aos casacos e às mantas.

Ainda não é bem o momento, mas eu sei que vocês também gostam de espreitar estas coisas.
Por isso ficam aqui algumas imagens que captaram a minha atenção, para verem mais, basta visitar o catálogo da La Redoute.






*sou blogger residente do Magazine de Tendências da La Redoute, colaborando desta forma com a marca, mas os posts no meu blog são da minha inteira responsabilidade e vontade.

turning page

12.8.14
This is how things are... #bigboxofmess
Este blog também é uma casa e como numa casa por vezes estamos sempre cheios de vontade de fazer festas e receber muitos amigos, noutras apetece-nos fechar a porta e colocar um cobertor em cima da cabeça e fazer de conta que o mundo não existe.

Estou nessa fase, com a cabeça debaixo da areia, sem vontade de trocar muitas coisas com quem quer que seja, com mais falta de coisas de carne e osso e de tijolo do que imagens ou ideias virtuais.
Comunicar-me a mim, ultimamente tem sido mais complicado do que o normal, basicamente porque não me sinto bem. Isso prejudica-me a vários níveis, mas preciso de arrumar as coisas, a saúde, a casa real, a família entre muitas outras coisas e de repente queria que o computador ficasse desligado até eu organizar as outras coisas.
Mas o computador é trabalho e não se desliga quando apetece, mas quando nos podemos dar a esse luxo.

Hoje li este post da Mar e respirei fundo. E lembrei-me porque é que ainda vale a pena passar por alguns sítios e visitar algumas pessoas, porque as portas não se devem fechar e porque vale a pena continuar a receber os amigos nas casas reais e nas virtuais. São eles que às vezes nos fazem respirar e rir e pensar e ganhar energia.

Esta dança e esta música vieram completar o que faltava. Obrigada Mar, estou feliz por ter um dia mudado o teu blog e te ter conhecido melhor. Inspiras-me.

das férias

7.8.14

Depois de todos estes azares já quase me esqueci das férias.
Os dias corriam bem, lentos e bons, não me posso queixar. Fiz muitas caminhadas com a minha irmã logo de manhã pelas ruas e escarpas do Carvoeiro. Tirei dezenas de fotografias bonitas, encontrei uma cadeira linda no lixo e um prato antigo, fiz muitas melhorias na Maura, mas outras tantas ficaram por fazer.

Coloquei umas prateleiras na cozinha, do Ikea, que funcionaram lindamente, arranjei um móvel para a louça (o mais foleiro e barato de sempre) e consegui colocar ordem na louça e na roupa de casa.
Plantamos flores na entrada e penduramos cortinas.

A minha filha mais velha deslumbrou-se com a possibilidade de sair de casa pelo próprio pé e ir visitar a bisavó, demorando tempos infinitos nas viagens e ficando parada no meio da rua, com aquela sensação de liberdade que ela aqui não experimenta.

Comemos muito peixe, as melhores sardinhas dos últimos anos, vários gelados e copos de bom vinho. As sestas duravam horas durante a tarde e estendiam-se a toda a família, o que nos deixava a todos bem revigorados. Por lá não há barulho de carros nem de pessoas, as crianças podem andar cá fora sem problemas, e este ano a praia estava particularmente grande e calma, apesar do mar gelado, que foi a pior surpresa!

Não houve quase nada de computador, o que foi muito bom para mim. Gosto muito dos meus blogs e da comunicação online, mas acho que desligar é essencial não só para a minha vontade de ler os outros mas também para a qualidade daquilo que partilho.

O único trabalho que mantive online, foi a Cortebel, que tem sido uma boa surpresa para mim. Estou tão orgulhosa da marca, da forma como as coisas têm evoluído em tão pouco tempo e como a página do Facebook tem sido bem recebida e acarinhada pelos seguidores. É um orgulho e tenho o pressentimento que é um trabalho que ainda me vai trazer muitas alegrias!

Agora está tudo muito confuso, ainda não sei bem como vou lidar com esta coisa, qual a sua origem e como deve ser o tratamento dos próximos tempos. Até ter isso resolvido na minha cabeça estou num limbo, sempre a pensar se tenho dores, se devo por a perna para cima, se devo andar, se me devo deitar.
Para me conseguir organizar vou ter de perceber melhor isto para conseguir tomar resoluções e sentir que estou a fazer alguma coisa. Esta coisa de gerir a dor é uma grande chatice!

A ver vamos #comosecuraumatromboseemtrestempos #outrintatempos #outrezentostempos #oudurantetodaavida!







dos imprevistos

2.8.14
Não consigo pensar em pior forma de terminar umas férias:( #toulixada As férias corriam bem, havia sol e mar e muito descanso. Estava pronta para regressar e cheia de vontade de fazer as mil e uma coisas que tenho planeadas.
Mas a vida não cumpre o nosso plano, é aleatória e há coisas que nos surpreendem sem que percebamos como aconteceram. Tive uma trombose na perna, apanhei um grande susto com aquilo que poderia daqui decorrer, para além das dores e do mau estar, os riscos inundaram o meu pensamento com hipóteses catastróficas que nunca me tinham passado pela cabeça.
Não sei bem porque aconteceu, sei que foi uma sorte eu ter desconfiado que aquela dor no fundo da perna não era uma dor normal. Trombose para mim era coisa de idosos, mas pelos visto não.
Há muitos factores de risco, tal como a pílula, os antecedentes, a vida sedentária, entre outros.
Os sustos também servem para nos alertar, para nos dizer que o nosso corpo é uma máquina frágil e que precisa de atenção. Algumas coisas vão ter de mudar em mim e nos meus hábitos, ainda não sei bem como nem o quê, ainda vamos tentar perceber o que anda a correr mal.
Ainda não posso viajar, não poderei estar tantas horas seguidas ao computador como por vezes o trabalho exige, vou ter de parar um bocado e pensar em mim, na minha saúde e na forma como faço a gestão do meu tempo e como cuido de mim.
Confesso que estou ansiosa por voltar, pensar no trabalho e começar a organizar as minhas coisas. Mas agora 'as minhas coisas' vão ser também o meu corpo e a saúde.
Obrigada a todos os que me contactaram e desejaram as melhoras, estou bem melhor agora e vai tudo correr bem.
Estou com saudades de voltar aqui ao blog, tenho tantas fotografias giras das férias, andei a fazer limpezas na Maura que entretanto ficaram interrompidas, mas quero mostrar alguns detalhes de pequenas coisas que arranjei para a casa e que a deixaram mais bonita e organizada.

Ainda não sei como vão ser os próximos tempos, espero por um pouco de calma e organização nos meus dias, a ver se a cabeça também volta a lugar! E com isso os blogs e o trabalho também retomam o seu ritmo.

Até já!