a minha pequena grande filha

23.6.14
O meu bebé cresceu! Quando olho para ela não sei para onde voou o tempo:) Tem 6 anos.
Vai para a escola primária em Setembro.
Foi a Lisboa num passeio da escola e mal se despediu de mim.
Quer que eu lhe diga no que é que ela é muito boa e deixa-me preocupada esta preocupação.
Tenta ler todos os rótulos e palavras que lhe aparecem na frente.
Está sempre pegada com a irmã.
Disse-me que estava indecisa entre ser dona de casa (perguntou-me primeiro se essa profissão ainda existia) e ter uma quinta com animais e horta, ou ser uma 'pop star'.
Nem sei que lhe diga.
Sou um desastre a explicar a vida às crianças. Deixo-as aprender por elas. Faço questão em deixar tudo em aberto. Às vezes quando dou por mim estou a usar clichés para lhes explicar as coisas. Clichés que nem eu própria acredito. Melhor não dizer nada, deixá-las sonhar, pensar e experimentar.
Não aceita as minhas sugestões sobre a roupa e acha que eu não 'tenho mesmo muito jeito' para cozinhar.
Muitos dias ando preocupada com ela, com o feitio difícil, com as sismas, com a dificuldade em lidar com as coisas que não consegue fazer tão bem como gostaria. Preocupa-me todos os aspectos da vida, que se magoe, que se desiluda, começo a sentir que eu controlo pouca coisa, muitas opções já têm de ser feitas por elas, eu apenas posso aconselhar e estar por perto. Ela tem de aprender pelos seus meios.

Diz que me ama daqui até à lua infinitas vezes.
Perguntou-me se eu não quero dar a volta ao mundo com ela.
Disse-lhe que sim.

9 comentários:

  1. Que lindo! Também acho que controlamos muito pouco. Plantamos uma semente e esperamos que cresça bem.
    Bjs

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  2. Olá Sílvia, é uma miúda de personalidade forte, e muitas pequenas (grandes) questões na cabeça. É deixá-la voar! beijo

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  3. O intuito não é controlar, mas sim explicar e dar conselhos, mas o medo é tanto que a tendência de controlar está lá sempre. Temos de os deixar voar, e sonhar mas ser mãe não vem com instruções nem é tarefa fácil.

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  4. Olá Sílvia,

    Acho que nisto de ser mãe há uma componente significativa de "navegar à vista". Com o que esse termo tem de intuitivo, de maternal. A verdade é que sempre me fez confusão aqueles discursos cheios de certezas em relação aos filhos (em relação a tudo, no fundo). A vida encarrega-se sempre de apanhar isso tudo na curva da realidade. A única coisa de que tenho a certeza é a de amar o meu filho sem medida.
    E sabes, eles entendem essa linguagem. O amor é o melhor dos idiomas. A maior parte das vezes, explico as coisas ao meu filho com todos os "comos" e "porquês". Outras vezes, o clássico "porque eu estou a dizer", também funciona bem:)
    Que ela seja uma miúda bem feliz e que saiba que haja o que houver/seja o que for, tu estás. Isso é uma coisa enorme. Termos alguém que nos ama sem nenhum "mas".

    Mais uma vez, obrigada pelo teu texto.

    Beijos.

    Mar

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  5. Tão bonito :) Parabéns às duas. E aproveita tudo, tudo - é escusado dizer aquilo que já sabes mas a verdade é que passa mesmo muito depressa!

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