Passei a vida a sonhar com coisas que gostava de fazer. Coisas que vinham sempre precedidas de um 'se'. 'Se' eu tivesse dinheiro, 'se' tiver mais tempo, 'se' não morar aqui, 'se' resolver este e o outro problema, 'se', 'se', 'se'.
Um dia deitei fora os 'ses' e mudei.
Passei a fazer.
Já fiz muita coisa, já me surpreendi e muito com aquilo que sou capaz de fazer, já me desiludi um outro tanto com a forma como as coisas na realidade são.
E aprendi.
Fazer é duro, muito duro, mil vezes mais difícil do que sonhar, outras tantas vezes mais complicado do que se deixar ir na constância dos dias e de um horário de trabalho.
Sinto-me esgotada, porque percebo dia após dia que não consigo fazer tudo o que imaginava que conseguia, que eu sou o 'chefe' mais exigente que me podia ter calhado e que ainda não aprendi a melhor forma de desligar quando preciso.
A liberdade de horários dá lugar ao excesso de trabalho, a auto-gestão na verdade representa assumir compromissos e mais compromissos cuja responsabilidade é unicamente nossa.
O prazer de poder ter mais do que um trabalho, de fazer coisas diferentes, traduz-se em grande parte num poder de adaptação brutal para estarmos constantemente a 'mudar a ficha'.
Fazer cansa.
Mas uma vez que começamos a fazer não há mais como parar, é viciante.
Não me quero deixar levar em queixumes ou pena própria, a vida corre-me bem, tenho trabalho, tenho sorte. Mas neste momento o meu corpo pede-me para parar, dormir e desligar. Há a necessidade eminente de fazer um balanço e de avaliar resultados.
Percebi recentemente que já não dou por mim a sonhar, será porque estou mesmo satisfeita, ou porque não encontro momentos de silêncio dentro de mim, estarei a ser 'tomada' pelo fazer?
Sonhar também é preciso.
Diz quem sabe que 'comanda a vida'!
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Que giro! Hoje fiz um post sobre a energia que gastamos no pensar em vez de fazermos! Beijinhos!!!
ResponderEliminarFalo um bocadinho sobre isso aqui: http://divineshape.blogspot.pt/2014/03/crise-que-tontice-estava-so-pensar.html.
ResponderEliminarÀs vezes é preciso pensar. O pensar, só por si, já é bom. Já é parar de fazer. Para nos organizarmos.
O quanto me revejo neste post. A minha vida está cheia de "ses" e quando decidi parar de pensar e comecei fazer, saindo da minha zona de conforto, fui à descoberta. Cheguei, vi e venci, mas fui também tomada pelo cansaço e lá voltei eu à minha zona de conforto again. Por isso, descansa, areja, passa fins de semana fora, mas não pares, custa o dobro a recuperar. E nós precisamos de ti aqui. :)
ResponderEliminarÉ preciso sonhar sempre, mas para isso é preciso parar para sonhar (nem que seja só por um pouco) :)
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