Can we afford ethical fashion?

13.2.14

Muitas das discussões que se fazem sobre a origem da roupa que compramos nas grandes cadeias acaba com este pensamento: 'pois, mas é tudo tão caro que eu só posso comprar aqui'. Verdade.
Cada vez mais, cada escolha que fazemos no nosso dia-a-dia é uma forma de dizer ao mercado o que nós queremos. Se não gostamos das regras do Pingo Doce, porque lá vamos? Se não gostamos da forma como são produzidas as roupas da HM, porque compramos? Muitas vezes pelo preço.
Mas também temos de admitir que compramos a uma velocidade tal que raramente pensamos no que quer que seja e que muito do que compramos vai para o lixo (desperdício de comida) e em termos de roupa temos peças que pouco mais de um ano nos duram.
Eu aponto o dedo a mim própria, porque sou uma dessas pessoas e porque até há bem pouco tempo, não compreendia o que a minha mãe me dizia quando eu era miúda: 'mais vale uma camisola cara e boa, do que muitas baratas e más'. Eu pensava que era um desperdício e que no ano seguinte eu já não ia querer usar a camisola do ano anterior por isso toda aquela conversa era 'treta' para mim.
Já não penso assim.
Actualmente penso muito mais antes de comprar e são raras as peças de que gosto mesmo, por isso quando gosto quero mantê-las por muito tempo. Comprar usado e bom, para mim também é cada vez mais um caminho quando procuro peças originais. O facto de um casaco que eu uso já ter 30 anos de vida e ainda poder vir a ter mais 30 comigo, é um significado de que as peças podem viver muito tempo, se bem bem feitas e de qualidade.
A roupa e acessórios das crianças cada vez mais tem um ciclo entre família e amigos, tenho roupa e coisas de crianças que foram da minha sobrinha que hoje tem 13 anos e que servem perfeitamente o seu propósito. De mim tento dar e emprestar às amigas que têm bebés depois, porque acho um desperdício andarmos todos a comprar roupa que só vai servir um mês.

Bem, toda esta conversa porque no post ali de trás, a Cat enviou-me este link, que me levou à loja People Tree, na qual encontrei roupa proveniente de comércio justo e consciente a um preço acessível.
O que mais me agradou foi o facto de ser tudo muito simples, vestidos lisos, de riscas, pequenos padrões, casacos de malha, boas cores, excelentes opções que servem muitos tipos de corpo.
Com saldos significativos que podem ser muito bem aproveitados.
O vestido azul lá de cima já vem a caminho, gostava do casaco amarelo, mas já não estava dentro do meu orçamento. Ainda assim, sei que seria uma peça de bom valor e que eu poderia usar bastante.
Eu não pratico estas regras do consumo consciente diariamente, mas estou cada vez mais alerta e acima de tudo, procuro comprar cada vez menos, mas melhor.
Acho que a loja People Tree vale bem a visita, ver os seus princípios, perceber como as peças são feitas e acompanhar o blog é uma forma de tentar perceber este mercado. E num ou noutro momento poder escolher uma destas peças.
Espero que gostem, ficam aqui algumas das minhas selecções:



2 comentários:

  1. Compro cada vez menos também, mas na verdade nunca fui de comprar por comprar, e coisas baratas demais, levá-las para casa, só pelo preço, tb não. Sou das que preferem uma camisa boa, a quatro perfeitamente descartáveis. Em 2ª mão, já comprei para a minha filha, nunca para mim, mas só porque não calhou! bj

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  2. Interessante, este post. Considero-me uma compradora consciente - tenho sapatos a uso hoje em dia que comprei em 1998 - e compro pouca roupa, maioritáriamente para substituir peças que tinha mas que se estragaram nos entretantos - só tenho dois pares de jeans, não vejo pq ter mais, p ex. - apesar de me oferecerem muitaaaaaa roupa pelos anos e pelo Natal (tipo é mais fácil darem-me um vale de compras de uma loja de roupa do que irem á procura de algo para mim, ao que vejo, por ter um gosto dificil). No entanto quando compro - seja para mim, seja para o meu filho - compro maioritáriamente nem é na HM que já sai fora do meu orçamento disponivel, mas na Primark. Lamento imenso não saber as condições em que são feitas as coisas - e nestes casos prefiro nem saber, pois passaria a andar nua e o meu puto também - mas quando só se tem 5€ para gastar num par de calças para o miúdo, e o miúdo PRECISA desse par de calças pois deu um pulo de altura e não nenhumas que lhe sirvam, é isso que eu vou gastar, e é na Primark. Reciclo a roupa toda dele que esteja em boas condições - a minha não, pois uso até estar tudo podre, é um facto - e já me aconteceu ter um belo de um casauinho oferecido comprado numa dessas lojinhas cheias de renome e caras pra xuxu que nem um mês durou, em contrapartida comprei um parka impermeável e super quente para o rapaz na Primark em setembro de 2012 e ainda está bom, ainda está usável, continua super quente e impermeável, infelizmnete está é a dicar pequeno. POr isso digo, há casos em que na verdade não é uma questão de se querer entrar numa loja com 50€ e sair de lá com 20 peças, é uma questão de não se ter mais de 10€ para gastar e ter mesmo de se comprar esta ou aquela peça...

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