Hoje não vou estar por aqui.
Vou sair.
Vou comer francesinhas e beber finos (eu sei, igual ao ano passado, mas eu sou assim, fico contente com o mesmo).
Vou para a rua e desligar o computador, não sei o que me reserva o dia, mas não interessa, fico satisfeita com ar de respirar e paisagens a passar nos meus olhos, mais um bolo feito com as miúdas e a companhia do Filipe.
Fiz estas fotos para guardar as minhas marcas do tempo e também para vos dizer olá. Há coisas que estão na mesma, outras mudam. Este blog, vai-me acompanhando e tem sido um sítio onde gosto de voltar todos os dias para me revisitar a mim própria e também para perceber como as coisas vão mudando.
Tenho vários cabelos brancos, e os meus olhos têm marcas permanentes do tempo, intensificando-se com o cansaço...rugas, é isso, não é? Tudo bem. Estamos bem.
Estou contente comigo, acho que algumas coisas têm vindo a melhorar com o tempo. Estou menos ansiosa, menos nervosa e mais segura.
Este ano quero muito de mim, quero fazer com que esta vida das 'ideias' resulte de uma vez por todas e não esteja sempre a bater em pedra dura. Trinta e cinco anos poderia pressupor um auge qualquer profissional, eu por aqui continuo a tentar, a procurar o meu lugar neste mundo e o equilíbrio entre o que eu sei fazer, o que consigo fazer e o que quero e gosto de fazer. No futuro não encontro qualquer certeza, mas encontro trabalho no presente e isso já me deixa satisfeita.
Sinto cada vez mais a falta dos meus pais.
Sinto cada vez mais a velhice dos outros e percebo e temo a solidão, como nunca antes percebi. Enquanto construo a minha própria família, acarinho e cuido dos meus, sinto a falta de quem me cuide, do amor e apoio incondicional que apenas os pais conseguem dar aos filhos. E com a idade essa necessidade não desaparece, não é porque somos crescidos que temos de saber cuidar de nós, não. Mas se calhar é quando somos crescidos que conhecemos estes sentimentos, de perda, de ausência e de solidão. Vamos aprendendo a viver com eles, fazem parte de nós, mas não são menos sofridos.
Mas são também estes sentimentos que por vezes me dão a clareza da vida, que impedem que viva contrariada, que me lembro, dia após dia, que a vida é agora e que nada me pode/deve impedir de estar bem.
E são apenas os meus trinta e cinco anos que conseguiram fazer com que eu escrevesse isto.
Um grande dia para vocês também!