De acordo com Eric Hughes, "privacidade é o poder de revelar-se seletivamente ao mundo." (via wikipedia).
Na internet, mais especificamente nos blogs e nas redes sociais, este é um conceito que todos dizem dominar. Todos achamos que só falamos do que queremos, que não publicamos as fotografias que não gostamos, que mostramos apenas aquilo que selecionamos como público. Mas será assim mesmo?
Quando o Facebook explodiu uma das coisas que mais me chocou foi a diferença entre as presenças online em blogs e as mesmas presenças online no Facebook. Tornou-se uma definição de privacidade completamente diferente, e a determinada altura parecia que no Facebook estávamos menos expostos do que nos nossos blogs. O que, na minha opinião, não é de todo verdade.
Por outro lado, nos blogs, quando escrevemos artigos de opinião, percebemos que as nossas palavras podem ter ecos diferentes em diversos leitores e que, muitas vezes, essas mesmas palavras/imagens serão utilizadas como exemplos bons e maus da expressão dos outros. E esta nossa opinião e imagem, que pode tantas vezes ser distorcida é nossa porque somos seus proprietários, ou a partir do momento que a publicamos online deixamos de ser os seus donos e temos de aceitar as suas variabilidades quando vistas e interpretadas por outras pessoas?
Uma fotografia pessoal pode ser encarada como uma forma de vaidade, de auto-promoção, de falta de gosto, pode chatear muita gente e agradar outras tantas pessoas.
A verdade é que as estatísticas revelam que são as fotografias pessoais e os posts de opinião que mais impacto têm na blogosfera.
Tudo isto são opiniões. Já não são privadas porque as coloquei aqui. Mas deixei outras que, para mim, fazem parte deste limite de privacidade que tento não ultrapassar. Mas esta sou eu. E vocês? Qual é o vosso limite de privacidade nos vossos blogs e nos murais do Facebook? Gostam de sentir que fazem parte da vida privada destes milhares de contactos virtuais que temos na rede? Os chamados amigos, seguidores, leitores. Pessoas que não conhecemos de carne e osso, mas às quais nos sentimos tantas vezes mais próximos do que dos nossos amigos da vida, com os quais não trocamos o mesmo número de opiniões e muitas vezes não temos os mesmos interesses em comum. E será que as ideias e imagens que seguimos atentamente na rede correspondem de facto a uma pessoa de carne e osso? Mas...será que isso realmente importa? O que interessa no conteúdo virtual não é ele mesmo? Quem o escreve e a quantidade de 'verdade' que deita cá para fora será assim tão importante para nós? O que realmente interessa proteger?
Onde está a linha entre o privado e o público na rede e onde começa e acaba a verdade e a ficção?
Este é um post propositadamente confuso. É para pensar, mas também é para comentar. Por favor deixem aqui as vossas opiniões, sem grandes filtros nem grandes pesquisas, apenas o que pensam e sentem sobre isto. A ideia é fazer um novo post com algumas das vossas opiniões sobre o assunto e tirar algumas conclusões, se é que isso é possível!
Conto com as vossas opiniões. Tenham um óptimo dia!
(Este é um post partilhado aqui e no Quarto de Mudança. A recolha de opiniões será feita em ambos os blogs, no facebook ou através de e-mails que nos enviem. Obrigada.)