do teatro, das mulheres, da música, da poesia e da paixão
29.6.11
"casas abandonadas, suspensas no tempo, fundidas com a natureza. Abrigos, refúgios, casulos, ventres. Mulheres-casa-mãe. Fiadeiras e tecedeiras. Aranhas, ovelhas, bichos-da-seda. Fios e novelos. Dobadoiras e teares. Cantos de trabalho e canções de embalar. Baloiços em sonhos imensos."
(excerto da sinopse do espectáculo Casa Abrigo da companhia Circolando)
este foi um espectáculo que vi há uns anos atrás e adorei. hoje, diz-me mais do que nunca, identifico-me com cada palavra, som, gesto e expressão destas mulheres.
do teatro, tenho um mar de saudades, mas há uma coisa muito especial de que sinto grande falta. de pessoas apaixonadas. a paixão de um fazedor de teatro é algo incomparável, que não vejo em muitas pessoas. a capacidade de entrega, a obsessão, o gozo e a alegria, o trabalho de repetição, tudo, mas tudo pede muita entrega e um brilho especial nos olhos. sem isso, faz-se muito mau teatro!
quanto mais velhas as pessoas vão ficando, menos paixão e entrega lhes encontro nos olhos e no coração. o que move o mundo são questões "maiores" e lugares comuns de felicidade nos quais não encontro qualquer tipo de emoção.
sobre o espectáculo acima, podem ver-se excertos de filmes e da música aqui. se por acaso algum dia passar numa rua perto de vocês, não percam...
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Vi este ano em Sta Maria da Feira no imaginarius e gostei imenso! Vale mesmo a pena ver.
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