sou natural de portimão, no algarve, mas vivi quase toda a minha vida na praia de esmoriz, e agora, depois da de miramar, na praia da aguda...
quando era criança, morar na praia de esmoriz tinha a chamada denominação de vareira, mas no entanto a palavra vareiro não era muito bem conotada na escola e mesmo na sociedade em geral. ser vareiro, era uma "espécie" de cigano.
para mim, um vareiro era uma pessoa que vivia junto ao mar e que tinha uma família que vivia da pesca, ou de actividades associadas com o mar, mas em tudo o resto uma pessoa como as outras. esse não era o caso da minha família, pelo que, para além de morar perto da praia eu não tinha praticamente mais nada de vareira.
o que eu acho engraçado, é que agora muita gente que vive ou viveu em zonas costeiras...não necessariamente junto da praia, nem sequer com famílias associadas à vida do mar, gosta de dizer que se trata de um vareiro?!??!! parece que agora, quando já não é associado a uma situação social-económica precária, passa a ser associado a algum tipo de irreverência!
isso chateia-me.
procurei na net qual o significado de vareiro, sendo que as definições são geralmente as seguintes:
"que é natural ou habitante de Ovar, no distrito de Aveiro; ovarense; que é habitante da beira-mar, desde Aveiro até às proximidades do Porto; vendedor ambulante de peixe"
para mim, um vareiro tem descendência de "vikings", avós pescadores e peixeiras, vive muito próximo do mar e conhece o seu som e sabor como ninguém. para mim um vareiro é uma pessoa especial, que faz parte da família das ondas e do sal, e que nunca, na sua vida, se importou que alguém o denomina-se como tal!
enfim, não queiramos "roubar" aos outros identidades que não são nossas e que já tantas vezes lhes custaram os olhares de soslaio, o cheiro intenso e incomodativo do peixe, as expressões e som de vozes alteradas e o espírito bairrista e de comunidade que poucas pessoas preservam!
vareirada
pay it forward
eu tive a sorte de me inscrever no blog da alice, o nouss nouss, que faz umas coisas muito lindas e perfeitinhas...:):) agora é só esperar pela minha prenda!
como tal tenho de dar continuidade ao "jogo".
então é assim:
eu terei de enviar um presente feito por mim, às 3 primeiras pessoas que deixarem um comentário no meu blog a dizerem que querem participar. essas 3 pessoas terão de fazer o mesmo nos seus blogs e oferecer um presente delas a 3 outras pessoas.
por favor não se esqueçam de deixar os vossos nomes e moradas...para receberem o presente em casa!
claro está que eu não sou uma rosa pomar, ou a alice, matilde beldroega e por aí fora...confesso até que nem sou muito "crafty" como a maioria do pessoal destes blogs! mas às vezes consigo surpreender e prometo que me vou esforçar nos vossos presentes! eu já estou cheia de sorte, porque vou receber um da alice!!!!
sucesso
um pequeno passo para alguns, mas um sucesso para mim...
e não é que, para além de o meu supermercado me ter respondido de imediato ao e-mail, logo na mesma semana, quando lá vou fazer as compras, já tinham à venda os sacos de pano para usar na carteira e guardar as compras de supermercado????
até fiquei atrapalhada. comprei logo o meu e já o guardei na carteira, agora tenho mesmo de dar o exemplo! acho que quando o comprei, perceberam logo que eu era a autora da carta, e o momento em que colocava todos os meus artigos em apenas um saco de pano foi um ponto forte do dia para aquele supermercado.
inclusivé, quando estava a guardar as compras uma das empregadas veio em meu auxílio e começou a guardar os artigos em vários sacos de plástico, ao que a outra logo a avisou: "não vês que a menina não usa sacos de plástico?"
agora só falta ao supermercado colocar alguma informação sobre porque é que devemos evitar o consumo excessivo de sacos de plástico, e optarmos por soluções mais práticas, ecológicas e de poupança, como o meu saco verde.
refira-se ainda que o meu supermercado é uma loja familiar no meio de uma vila!
e foi assim que acabei o meu dia com um sorriso de satisfação nos lábios.
afinal, ser interventivo vale mesmo a pena...
blog action day
apesar de já ter passado o dia do blog action day, foi através do blog da rosa pomar que soube que existia e que passado alguns dias resolvi participar.
a minha participação foi exactamente o proposto pela rosa, e enviei uma carta para o meu supermercado a pedir que implementem uma política no sentido de reduzir o nº de sacos plásticos que trazemos para casa.
ora muito bem...depois do site da rosa ainda consultei outros em que cada um dava o seu contributo, a alice através da arquitectura, a ritacor falou de aspectos normais do dia-a-dia em que desperdiçamos recursos tão simples, mas tão importantes, etc...
a verdade é que eu, apesar de informada sobre uma panóplia de assuntos sobre o desperdício, ambiente, comércio justo, consumo consciente, etc, no fundo acabo por ser uma básica separadora de lixo doméstico nas três embalagens amarela, azul e verde.
muitas vezes tento trocar as lojas das multinacionais, em que vejo artigos produzidos em países de terceiro mundo com exploração infantil, ou então ter consciência de que compramos artigos que são imitações foleiras de coisas originais que foram criadas por alguém, tento comprar artigos nacionais no supermercado, tenho um carrinho de compras tipo "terceira idade" para não usar os sacos do supermercado (a verdade é que quase sempre me esqueço dele em casa!), enfim...acho que na minha geração é básico ter estas preocuações, só ainda não se tornou um hábito nas nossas vidas!
lembro-me que quando vivi em inglaterra as mulheres usavam com muita frequência os tais saquinhos que se guardam na bolsa em vez de sacos plásticos, e lembro-me também que lá não havia uma série de "luxos" de terceiro mundo como há cá: já repararam que a qualquer loja que se vai em portugal, seja farmácia, loja de lingerie, roupa, frutaria, etc, mesmo que se compre um alfinete dá sempre direito a saco? estranho, não? para que é que queremos um saco para levar um alfinete de 2 gramas?
podemos começar por aí, porque não?
mais vale um pensamento na cabeça do que mil a voar...(acabei de inventar esta!)
eu escrevi para o meu supermercado, e tu?
monstruosidades
...monstruosamente aborrecido é o mundo da puericultura e pré-mamã! e pronto, tenho dito...
com 4 meses de gravidez ainda não comprei nenhuma roupa de grávida e para o bébé, para além daquilo que a minha irmã me emprestou, e alguns modelitos "vintage" de quando eu nasci, ainda não acrescentei praticamente nada ao enxoval!
não gosto das lojas para grávidas e bébés, não gosto! serei um monstro?
e o primeiro babygrow que comprei é este...cheio de monstros simpáticos...
não posso com roupas à floribelas, noddys, bébés mini engravatados, beges, rosas bébé e azul bébé.
é o marasmo total!
já as grávidas...com certeza que quando planeiam ter filhos, devem estar à espera de envelhecer 10 anos! e de parecer uns sacos de batatas. a minha barriga é pequena, mas tenho muito orgulho nela, por isso não me importo de vestir roupa justa, mas tudo está mais perto de um estendal com pernas do que de roupa feminina!
na internet jé encontrei algumas coisas nórdicas muito interessantes, percebe-se que por lá já houve alguma evolução, mas quanto à carteira a "evolução" é grande demais para mim!
vamos ver como me desenrasco desta...
morrer
“A morte nada é.
Eu apenas estou do outro lado.
Eu sou eu, tu és tu.
Aquilo que éramos um para o outro
Continuamos a ser.
Chama-me como sempre me chamaste.
Fala-me como sempre me falaste.
Não mudes o tom da tua voz,
Nem faças um ar solene ou triste.
Continua a rir daquilo que juntos nos fazia rir.
Brinca, sorri, pensa em mim,
Reza por mim.
Que o meu nome seja pronunciado em casa
Como sempre foi;
Sem qualquer ênfase,
Sem qualquer sombra.
A vida significa o que sempre significou.
Ela é aquilo que sempre foi.
O “fio” não foi cortado.
Porque é que eu, estando longe do teu olhar,
Estaria longe do teu pensamento?
Espero-te, não estou muito longe,
Somente do outro lado do caminho.
Como vês, tudo está bem”.
(Henry Scott Holland)
like a rolling stone
para mim sempre foi assim...
há músicas que falam melhor do que eu própria sobre o que me vai cá dentro.
no outro dia no carro esta música disse-me o que eu ainda não sabia explicar...
e é assim...
é assim que te sentes quandos perdes algo que te é essencial, quando alguém que faz parte de ti desaparece, quando o chão muda de sítio, o cheiro desaparece, o certo se torna incerto e fica um grande buraco...vazio...sem fundo...impossível de preencher!
é algo tão cá dentro que não há palavras para falar disso...não é assunto que converses, ou que expliques ao simples mortal que nunca perdeu nada realmente importante na vida...
é o nada...
arte vs lixo
qualquer pessoa que circule pela cidade do porto já se apercebeu da quantidade de grafittis, frases, desenhos, stencils e verdadeiras obras de arte que andam espalhadas pela cidade.
o que é pena nisto tudo é que as pessoas que fazem estas "intervenções urbanas" não saibam onde acaba a liberdade deles por interferir com a dos outros.
90% do que se vê por aí é puro lixo visual e é até deprimente pela forma como estraga a paisagem da cidade. os outros 10% que são de facto bons ainda não perceberam que se têm de diferenciar dos restantes, não só pela sua qualidade, mas também pela atitude.
ninguém gosta de ver a parede da sua casa, depois de pintada de fresco a muito custo, de imediato suja, desenhada ou riscada, por um qualquer "artista urbano".
o respeito deve ser pela cidade, pelos seus edifícios e pelas pessoas que os habitam.
há muita parede abandonada, que bem precisa de uma nova cara, porque não intervir aí? e deixar limpas as paredes de quem as mantém pintadas, ou os belos azulejos das fachadas das casas?
o bom gosto não se vê apenas na imagem, mas também na decisão da tela a usar!
quanto ao resto, que não tem a boa qualidade do desenho desta foto que aqui publico, devia vir uma chuvada e limpar tudo de uma vez...
sujam-me a imaginação....
tempo de reflexão
conversa de ontem:
"hoje estive a ver o teu blog..."
"oh, não..."
"não tens temas para as pessoas comentarem, falas de ti...das tuas coisas...principalmente agora com a gravidez"
...discussão...para que é que servem os blogs...níveis de exposição...filhos nos blogs...que blogs é que tu lês...que blogs é que eu leio...
"não faço o blog para ninguém senão para mim própria"
"então porque é que é público"
"é uma forma de partilha"
pois é!
a verdade é que não procuro temas interessantes para a sociedade nem para um público, a verdade é que uso o meu nome, a verdade é que a minha cara está lá, a verdade é que tudo o que aparece é de facto meu: imagens, pensamentos, palavras...a verdade é que não penso muito nos outros quando o escrevo!
então porque é que está net?
para mim é como aqueles cadernos ou os albuns que vamos fazendo ao longo dos anos! fazemos essas coisas pois sabemos que um dia vamos ter um prazer enorme em revê-las e também temos muito orgulho de os mostrar aos outros.
a era da comunicação mudou, eu não sou da geração dos albuns, mas sim dos blogs, e sinceramente acho muito interessante toda esta partilha de vidas...sim, porque o que estamos a partilhar com o mundo é a nossa vida e isso é uma forma de generosidade!
então o que fazem os escritores, os realizadores, os encenadores, senão partilharem através das suas obras as suas visões pessoais? e porque é que são boas? porque são humanas!
é isso que eu gosto de ver num blog, o lado humano, não é voyerismo perante a vida dos outros, é partilha!
é como escrever um livro com as nossas pequenas coisas, moldadas da forma que queremos que sejam vistas pelos outros!
eu gosto do lado pessoal dos blogs, muito mais do que do lado temático. por isso os blogs podem ser feitos por qualquer um e não são uma ferramenta profissional. são caseiros. é a nova forma de comunicação global...de informação...de contacto.
acho que vou continuar...sem temas, mas com alma de gente!